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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Minha perda




Bom esse ano como eu já contei foi um ano intenso eu tive uma perda eu sofri um aborto retido próximo ao meu aniversário e antes eu não queria viajar no final de ano, pois eu ainda estaria grávida e tal, mas Deus mudou completamente o rumo da minha vida, tenho sido uma pessoa diferente já chorei muito, passei noites me perguntando o que eu fiz de errado, chorei mais e tentei seguir em frente eu dei o nome de Luz não sei se era menino ou menina, pois eu tinha só dois meses de gravidez, tem sido uma luta diária manter a casa, a família e a dor agora que já passou 4 meses estou mais calma e na esperança do que Deus está no controle.

A descoberta da gravidez:
   Eu tinha parado com o anticoncepcional, já tinha feito vários exames, comecei a tomar o ácido fólico por recomendação médica e estava ansiosa. Fui há vários sites e assisti vários vídeos no youtube sobre fraldas, lenços, enxoval e etc. Aí eu comecei a passar mal tive refluxo fui parar no hospital e no dia seguinte fiz o teste e deu negativo e a menstruação não veio e passou mais uns dias e eu comecei a enjoar da pasta de dente, da comida e fui fazer o teste novamente aí eu descobri que fiz o teste errado da outra vez, mas deu um lindo positivo. Fiquei radiante sai contando para os mais próximos.

Primeira consulta:
  Após uma exaustiva procura por um médico do plano que fizesse o parto pelo plano encontrei uma dra e marquei uma consulta. A primeira consulta foi muito boa, ela passou os exames, me deu uma apostila com os remédios e cremes que eu podia usar e dicas para uma gravidez tranquila e sem muitas idas ao pronto socorro.

Nos dias seguintes:
  Eu tinha fome, mas me sentia cheia o tempo todo, enjoei da pasta de dente, do perfume do marido, fiquei agressiva e extremamente ansiosa. Após uma semana da consulta fui fazer a primeira ultra como no local que eu estava acostumada eu teria que esperar um mês eu optei por ir a outro lugar até hoje não sei se foi bom ou ruim. Mas antes eu passei mal uma noite e vomitei e tive muita diarréia e fui ao pronto socorro e me deram remédiona veia e voltei para casa. Fui fazer o exame no dia seguinte e após uma longa espera a dra me chamou, mandou eu tirar a roupa e fui fazer o exame que durou cerca de 8 minutos e ela mandou eu me vestir, pois não escutou o coração e que eu repetisse o exame dali há uma semana. Eu queria chorar, mas não podia tive de esperar mais de 20 minutos pelo resultado que pareceram horas. Saí de lá desolada, sem destino, chorando e aos prantos e no caminho de casa meu marido me ajudou e mandou que eu fosse na ginecologista e tirasse a dúvida. Liguei para a minha mãe e ela tentou me acalmar e a minha avó deixou tudo e foi lá ter comigo no consultório. Após mais três horas de espera no consultório o pesadelo não tinha fim ela disse que eu fosse na sexta ao hospital e fizesse uma ultra e não me deu esperança nenhuma de  vida do bebê e ainda disse que eu talvez fizesse uma curetagem. Meu mundo caiu eu entrei em desespero, não dormia, não comia procurei duas outras opiniões com outros médicos e todos diziam que eu deveria esperar.

Ida à igreja:
  Deixei meu filho na escola e senti uma cólica estranha e fui a igreja já fazia algum tempo que eu não ia pq eu passava mal o tempo todo. Eu disse a Deus "Faça a sua vontade e não a minha" e acendi uma vela para Luz, o nome que eu coloquei no bebê que eu não pude conhecer e nem segurar. Depois, voltei para casa um pouco mais forte, mas eu não tinha noção do que eu ia passar ainda.

O dia da segunda ultra:
  No dia marcado fui lá no hospital cheguei no horário que a dra disse mas esperei mais de duas horas para passar pela ginecologista só pra pedir o exame e esperei mais três horas pela ultrassom, o pior dos pesadelos meu bebê estava morto e eu ainda o vi morto pela tv não tinha mais dúvidas. Eu ainda guardo na memória ele naquela posição sem vida e eu não queria acreditar e nem o médico que esperou eu me trocar para falar o veredicto aí eu me debulhei em lágrimas e nada me fazia eu parar eu estava com meu marido e minha mãe e ainda bem pois eu não sei o que seria de mim. Eu não podia fazer mais nada além de ouvir o que a Dra poderia fazer. Ela disse que não tinha jeito que eu poderia ir para casa e esperar ou fazer a curetagem, doia tanto, mas eu não sabia o que era curetagem e ela com calma me explicou tudo e eu disse que faria e ela me disse que seria no dia seguinte e me pediu para jantar e depois não comer nem beber nada, pois seria no dia seguinte de manhã.

A noite e o dia da curetagem:
 Bom foi bem difícil eu tentava ser forte, mas estava muito triste, pois tive de superar uma depressão, me sentir segura, fazer todos os exames, esperar pela melhora do marido no trabalho para depois começar a tentar. Eu fui para casa para buscar o Daniel, pois eu iria para a casa da minha mãe para que Daniel ficasse com ela no dia seguinte e foi muito doloroso meu marido contou a ele a verdade e segurei e abracei ele muito forte e ele só chorava e agente tentando acalmá-lo enquanto arrumávamos os documentos, roupas e brinquedos para levar. A noite foi um pesadelo primeiro nós chegamos lá arrumamos as coisas fomos comer um lanche que tínhamos comprado no caminho e após tentar convencer Daniel a dormir após um dia extremamente agitado. Quando eu deitei comecei a sangrar e sangrar parecia menstruação, aí comecei a ir ao banheiro várias vezes e começou uma dor era fraca e foi ficando forte pela madrugada então tomei um banho demorado deixando cair a água morna da barriga aliviou um pouco e tentei dormir de novo nesse momento só queria que o pesadelo tivesse fim. As dores foram aumentando e pareciam cólicas que vinham e paravam por um tempo e depois vinha forte de novo, eu não tive parto normal quando Daniel nasceu, mas acredito que eu tenha sentido algumas contrações. De manhã tomei banho e meu marido foi comigo de táxi as dores mais fortes e um caminho extenso, chegamos lá e tivemos de aguardar muito tempo as atendentes seguraram agente de todo o jeito, mas a dra foi um anjo em minha vida, foi Deus que intercedeu, ela arrumou uma vaga para mim no centro cirúrgico, arrumaram um quarto particular, mesmo o plano não cobrindo e quando eu percebi eu já estava indo para lá, as enfermeiras foram especiais conversaram comigo, brincaram e disseram que eu teria mais filhos que eu não ficasse triste. Me colocaram na mesa e foi tudo muito rápido a dra queria tirar logo e estava fazendo mais dois trabalhos de parto de emergência eu dormi e só acordei depois não sei quanto tempo e um enfermeiro me levou para o quarto. No quarto ninguém podia ficar comigo, então uma enfermeira ia lá sempre me ver, primeiro eu tentei dormir, mas confesso que dormi e as lágrimas desciam. Até que veio o almoço e a moça me pediu para que eu comesse eu não sei qual era a hora, mas ela falou comigo de um jeito tão especial que mesmo sem fome eu consegui comer. E a enfermeira continuou a vir para me ver e me perguntar se eu queria algo para dor, mas eu não queria minha dor era no coração e não física. Mais tarde meu marido pode entrar, pois era hora de visita e me trouxe um bouquet de flores com um cartão me dizendo o quanto me amava e minha sobrinha me mandou um travesseiro. Ele ligou a tv e minha cunhada falou comigo pelo telefone, mas eu queria sossego. Ele foi comprar sabonete e pasta de dente e uma escova para que eu pudesse usar afinal eu só levei a roupa e nem toalha tinha. Eu esperei a enfermeira e ela só tirou o soro e eu tomei banho sozinha quando ela voltou eu já estava vestida. Depois teve lanche e janta, Dai em diante fiquei querendo sair dali queria chorar, queria abraçar meu filho, queria que aquele dia acabasse. Meu irmão foi nos buscar e nos levou para a casa da minha mãe e foi difícil. Depois que Daniel dormiu e meu marido também chorei muito e muito foi quando eu pensei no nome Luz e pedi que Deus cuidasse dele ou dela, pois não sabíamos o sexo. 

Passei um tempo na minha mãe precisei ter alguém comigo nesses dias tão difíceis foi muito doloroso me apeguei com Deus para não enlouquecer de tanta dor, mas eu não tinha dor física. Tivemos de arrumar um transporte para levar o Daniel na escola, pois a escola fica distante da casa da minha mãe ou seja a vida continuou mesmo que eu chorasse quase todas as noites para domir.



Desculpem pelo desabafo e pelo grande texto, mas sei que tem muitas mulheres que já passaram ou vão passar por isso. Uma coisa que eu Digo Deus sabe de todas as coisas e só ele pode saber o que nós precisamos e tudo acontece no tempo dele. Eu fiz todos os exames e já passei pelos quatro meses pós curetagem agora estou há um mês sendo tentante e pedindo à Deus pelo melhor para a minha vida. Tô ansiosa e tentando me controlar e choro a cada menstruação que desce, mas confiando em Deus e pedindo à ele muita calma.

Uma vez num grupo que participo uma mãe me disse que eu agora era mãe de uma estrelinha lá no céu e falo sempre que eu o(a) amei muito e ainda amo.

Quanto ao Daniel ele sofreu muito tentei conversar com ele, mas ele disse que já tinha entendido tudo e depois ele quiz saber porque ele morreu e eu disse a ele que não sabia, mas Deus sabia e não quis que ele viesse ao mundo para sofrer. Depois ele sofreu muito na escola eles botaram pressão para que eles aprendessem a ler então acabei ocupando a mente e me estressando tentando fazê-lo entender a importância da leitura em nossa vidas. Enfim ele passou de ano e semana que vem começamos o segundo ano e vamos em frente.


Bjssssssssssssssssssssssssssssssssss e um forte abraço, Dani Cardão.


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